Depois
de uma tragada, vem à tosse. E é com ela que começa o terceiro álbum do Black
Sabbath “Master of Reality”. A primeira faixa e single “Sweat leaf” é uma declaração de amor: “My life was empty, forever on a down, Until you took me, showed me
around. My life is free now, my life is clear.../ Minha vida
estava vazia, eternamente deprimente. Até que você me pegou, e me mostrou o
arredor. Minha vida agora está livre, minha vida está clara...” Porém essa paixão não está direcionada a uma
pessoa... e sim a maconha!: “...I love
you sweet leaf though you can't hear. Oh yeah!/ Eu te amo erva doce, apesar de
não poder me ouvir. Oh yeah!”

A
sequência vem a uma curta faixa acústica instrumental “Embryo”. Ela serve introdução para uma das canções mais conhecidas
do Sabbath: “Children of the Grave”. A
introdução gera uma sensação natural de algo grande pesado está por vir, pois
ela tem uma melodia crescente. A letra ressalta a importância das crianças.
Futuro e esperança da humanidade. Destaque ainda para o riff cavalgado
empolgante e o encerramento sombrio à la filme de terror, como Sexta-Feira 13.
Depois, mais uma faixa acústica.
Em “Orchid”,
Iommy mostra mais uma vez a própria qualidade técnica em uma bela melodia
cativante no violão. Simples, calma e memorável. Já na faixa “Lord of the World” a temática cristã
volta. Ela fala sobre a ganância, arrogância e as escolhas erradas. A música
encerra-se com um solo de guitarra, porém o que chama a atenção é a performance
de Geerzer. A forma como a guitarra “se casa” com o baixo é muito interessante.
“Solitude” traz uma triste e lenta
melodia que combinam com os versos deprimidos de alguém que foi abandono
apaixonado: “Nothing can please me only
thoughts are of you. You just left
when I begged you to stay. I've not stopped crying since you went away./ Nada me
satisfaz, a não ser pensar em você. Você simplesmente foi embora quando lhe
implorei que ficasse. Eu não parei de chorar desde que você partiu”.
Tony Iommi em “Into
the Void” apresenta mais um riff memorável. O conteúdo da última faixa,
porém é pessimista. Nela o Sabbath não vê mais futuro no planeta Terra repleto
de ódio, poluição e destruição onde não resta outra alternativa se não fugir: ”Leave the earth to Satan and his slaves. Leave them to their future in the grave. Make a home
where love is there to stay. Peace and happiness in every day./ Deixe a terra
para Satanás e seus escravos. Deixe-os ao seu futuro na sepultura. Faça um lar onde
o amor esteja lá para ficar. Paz e felicidade todos os dias.”
Esta foi o terceiro e último lançamento em parceria
com o produtor Rodger Bain. Só nos Estados Unidos, o álbum vendeu 2 milhões de
cópias e chegou ao Top 10 das paradas de sucesso. No Reino Unido a recepção foi
ainda melhor, pois alcançou a 5ª colocação. Porém, mais uma vez a recepção da
crítica jornalística foi negativa. Muito apontaram “Master of Reality” como
“monótono”. A opinião da imprensa só mudou com o tempo. A mesma revista Rolling
Stone que fez esta acusação colocou-o, no início dos anos 2000, na lista dos
500 Melhores Álbuns de Todos os Tempos. Ficou na posição 300. A importância de “Master” é visível, vide os
vários covers que foram feitos para faixas como: “After Forever” (Biohazard), “Solitude”
(Cathedral) e “Children of the Grave”
(White Zombie), por exemplo. “Master of Reality” encerra a primeira fase da era
Ozzy no Sabbath. Esta trinca completada por “Black Sabbath (1970) e “Paranoid”
(1970) apresentava um Black Sabbath fazendo um som pesado e arrastado e que
serviu para a criação de todo o gênero Heavy Metal como um todo, mas
especialmente o subgênero Doom Metal. A partir daí Iommi, Osbourne, Buttler e
Ward começaram a experimentar outras sonoridades.
Faixas (clique e ouça):
1- Sweet Leaf
3- Embryo
5- Orchid
7- Solitude
0 comentários:
Postar um comentário