James Hetfield nasceu em 3 de agosto de 1963, na
cidade de Downey na Califórnia (próximo de Los Angeles). A infância de James
foi dura e traumática. Isso o afetou de tal forma que os reflexos puderam ser
sentidos durante 4 décadas. Hetfield foi criado pelos pais dentro da doutrina religiosa
chamada “Ciência Cristã”. Uma seita dentro do cristianismo tão obscura que é
até difícil encontrar dados sobre. Um exemplo da rigidez dos dogmas era a de
que nenhum fiel poderia cuidar-se em um hospital ou sequer tomar medicamentos.
Logo, James um sujeito tímido, quieto, inseguro (principalmente por causa do
problema de acne no rosto) ficava ainda mais constrangido quando precisava se
retirar da sala de aula quando a matéria de ciências iria ser aplicada. Do lado
de fora nos corredores da escola e sozinho, ele tinha que enfrentar os olhos de
desconfiança dos outros, dando a entender que James tinha feito alguma coisa de
errado para estar ali.
Ainda jovem queria fazer um teste para entrar no time de
futebol americano do colégio... Não pode, pois era necessário um atestado
médico. O pai de Hetfield era um bom homem, mas muito severo. Trabalhava como
caminhoneiro. Quando tinha 13 anos, porém, Virgil foi embora e nunca mais
voltou... O isolamento que James sofrera foi bom por um lado, pois com não pertencia
a um grupo ele pode forjar a própria identidade. Começou a tomar as próprias
decisões, então. Na igreja que frequentava com a família, várias pessoas davam
testemunhos de como tinham sido curadas pela fé, por exemplo, quando estavam
com ossos quebrados. O problema foi quando Hetfield percebeu que isso era
mentira, afinal os “curados” ainda reclamavam de dor. James abandona a escola
dominical.
Cinthia, a mãe dele, coloca-o em aulas de piano. Ele não gostava do
repertório apresentado pela professora, mas adorava receber biscoitos ao final
de cada aula. Apesar do aborrecimento, tocar piano ajudou-o a aprender a
técnica de tocar com as duas mãos e cantar ao mesmo tempo. No campo da música, gostava
de Black Sabbath, pois os outros meninos tinham medo da banda, por causa das
letras sobre o diabo e magia negra. Adorava se isolar do mundo escutando Hard
Rock 100% americano com bandas como Alice Cooper, Aerosmith, Ted Nugent e
Kiss. O primeiro show que viu foi do AC/DC abrindo para o Aerosmith em 1978.
Nele aprendeu que um músico podia até xingar o próprio público de "filho
da puta” se quisesse.
Porém, a solidão foi quebrada quando conheceu Ron McGovney.
Ron também era um dos que não se encaixavam em nenhum grupo e fez amizade com
James porque este sabia tocar violão. Eles e mais alguns outros colegas
montaram uma banda e a chamaram de Obsession. Tocavam covers de bandas de Metal
da década de 70 como Deep Purple, Led Zeppelin, U.F.O, Thin Lizzy... Porém,
quando Hetfield pensou em levar as coisas mais a sério e apresentou uma
composição própria sofreu rejeição. Logo, decidiu sair do grupo. Montou outro
grupo, então, mas ainda seguindo a linha de covers. O Syrinx tocava músicas do
Rush. Porém, novamente James teve que abandonar uma banda, só que dessa vez
contra a vontade... E de maneira triste.
Em 1980, a mãe de Hetfield ficou
doente e como era fiel da Ciência Cristã não quis ir ao médico se tratar.
Queria ser curada pela fé, mas “deus falhou”. Com a perda, James teve que se
mudar e foi morar com um meio-irmão 10 anos mais velho em uma cidade a
quilômetros. Segundos psicólogos, a passagem pelo luto faz bem para as pessoas,
pois elas conseguem entender e superar a dor do falecimento de um ente querido,
mas, infelizmente, este segmento cristão não concorda com esta ideia (e nem a
com a do velório). Eles acreditam na separação entre corpo e alma, por isso
James teve que guardar para si todo o sofrimento que sentira. Ele era tão
fechado que não contou que a mãe tinha morrido para nenhum amigo. Por outro
lado, na mesma época começou o primeiro relacionamento sério.
Apesar de tudo, a
vontade de fazer música ainda se mantinha intacta. Cria a Phantom Lord e chama
Ron para ser baixista. Ele o ensina a tocar e vai morar na casa do amigo.
Hetfield começou a trabalhar em uma fábrica de adesivos e com o primeiro
salário e mais a ajuda de McGovney construíram um espaço para os futuros
ensaios da Phantom Lord. Mas, quando o futuro parecia promissor, um integrante
do grupo sai e a banda termina as atividades antes mesmo de começar. E mais uma
vez James cria um novo projeto: o Leather Charm. Ron afirma que o visual e o
som seguiam a linha do Glam (é difícil imaginar o futuro vocalista do Metallica
fazendo beicinho ao cantar). Algumas canções foram recicladas dois anos depois
e saíram no primeiro álbum do Metallica. No fim, sobraram apenas James e Ron.
Um ex-integrante decide ajudar estes desanimados (não à toa) mostrando a eles
um anúncio de jornal de um jovem que interessado em montar uma banda de
Metal... Era o de Lars Ulrich! Um garoto esquisito e com um cheiro estranho.
Ron não foi ao encontro, pois já deslumbrava uma carreira como fotógrafo de
rock. Não perdeu muita coisa neste primeiro encontro em si, mas... Nascia aí o
embrião do Metallica.
Leia a biografia de Lars Ulrich pré-Metallica.
Leia a resenha do álbum de estreia do Metallica. (em breve link)
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